quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Etnia X Raça: Qual a diferença desses termos?

 

Descrição da imagem #ParaTodesVerem – Sob fundo branco, em azul, “Etnia X Raça: Qual a diferença desses termos?”. Centralizado, ilustração de mulher negra, com cabelos escuros, ela possui uma expressão de dúvida. Acima dela, três interrogações vermelhas. A sua direita, em azul: “Leia a legenda!”. Abaixo, logo do IGI em vermelho e azul. 


Raça e etnia não são sinônimos. O conceito de raça é altamente complexo e objeto de grandes estudos sociológicos e o uso por parte do senso comum dessa forma de categorização perpetuou a ideia de que os grupos humanos são divididos de acordo com características biológicas. 


O racismo científico justificou um período de expansão imperialista das nações europeias e o neocolonialismo. Essas nações buscaram áreas consideradas menos evoluídas e as dominaram com a desculpa de desenvolver nesses locais a civilização e a cultura. Essa dominação produziu várias formas de apagamentos de culturas e populações.  


Uma forma específica que se manifestou em países miscigenados, como o Brasil, foi a teoria do embranquecimento. Uma expressão da eugenia em países multiculturais, o embranquecimento foi uma proposta de eliminação de características fenotípicas associadas ao atraso e à barbárie, na crença de que isso aperfeiçoaria a humanidade.  


O conceito de etnia é um conceito que surge na tentativa de explicar a diversidade humana a partir de outras bases. Abandonando o determinismo biológico e considerando as trajetórias sócio-históricas, uma nova concepção sobre cultura surge, permitindo uma interpretação menos preconceituosa e mais tolerante sobre a diversidade.  


A etnia observa não apenas características biológicas, mas tenta perceber as afinidades produzidas por indivíduos que permitem que estes possam ser definidos como um grupo social. Costumes de maneira geral, religião, culinária, língua, território, ou seja, todos os componentes que fazem um indivíduo pertencer a um grupo compõem sua etnia. 


O Brasil é considerado um país com uma enorme miscigenação étnica, como as pessoas indígenas, portugueses, holandeses, italianos, negros, japoneses, árabes, e etc. Cada região brasileira, devido ao seu contexto histórico particular, possui uma predominância de determinada etnia. 

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Acessibilidade nas cidades: quais os desafios?

Descrição da imagem #ParaTodesVerem – Sob fundo branco, em azul, “Acessibilidade nas cidades: quais os desafios?”  Centralizado, ilustração de mulher com capacete de construção civil, apontando para uma placa com o símbolo de acessibilidade (pessoa sentada em cadeira de rodas). Abaixo, a direita: Leia a legenda! Abaixo, a logo do IGI em azul e vermelho. 


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,91% da população brasileira, sendo 18,60% de pessoas com deficiência visual, 5,10% de pessoas com deficiências auditivas, 7% de pessoas com deficiências físicas e 1,40% de pessoas com deficiência intelectual e ainda assim nenhuma cidade no Brasil é plenamente acessível.

Mobilidade não se trata apenas de transporte, mas também de todo um planejamento que propicia o deslocamento para todas as pessoas. E são justamente esses os vilões para as Pessoas com Deficiência no país. Ruas esburacadas, rampas destruídas ou inacabadas, calçadas sem espaço algum para cadeirantes em vias de grande movimento, banheiros sem adaptações, estabelecimentos sem elevadores, pontos de ônibus e estações de metrô sem estrutura alguma entre outras problemáticas. Isso faz com que essa parcela da população necessite da ajuda de outras pessoas para realizar atividades diárias, levando ainda um tempo maior do que o habitual se as coisas fossem adaptadas para elas e tirando a independência que merecem.
 
Não obstante o descaso das autoridades, há também o descaso de parte da própria população, quando há um local destinado para pessoas com deficiência, por exemplo, que é ocupado por alguém sem deficiência alguma.
 
Os principais desafios para as pessoas com deficiência no meio urbano
Transporte público
Mesmo com isenções fiscais para compra de carros adaptados, muitas pessoas com deficiência não podem arcar com os custos de ter um veículo, ficando reféns de um transporte público sem recursos de acessibilidade ou com recursos insuficientes. Algumas cidades já contam com frotas de ônibus acessíveis, mas ainda falta muito para assegurar uma acessibilidade plena.

Vagas nos estacionamentos 
Sem vagas preferenciais demarcadas, fica impossível para as pessoas com deficiência realizarem tarefas corriqueiras, principalmente quando se leva em conta que muitas vezes essas vagas são ocupadas irregularmente por outras pessoas. A lei assegura que as vagas preferenciais devem sempre estar mais próximas à entrada do estabelecimento. Condutores com deficiência devem se cadastrar no DETRAN local para que o carro seja identificado com um adesivo.
 
Direito ao lazer
O acesso ao lazer é um direito básico e fundamental assegurado pela Constituição. Já existem políticas de incentivo fiscal em algumas cidades, para que os estabelecimentos façam adaptações de mobilidade, como remoção de escadas e implantação de rampas ou elevadores. Dificilmente vemos hotéis, cinemas, teatros, restaurantes entre outros com tais estruturas. Por isso, é importante procurar por resenhas online e informações a respeito do local.
 
Direito de exercer a cidadania
A Justiça Eleitoral tem feito um esforço considerável para criar condições que propiciem a acessibilidade nas zonas eleitorais, como dar preferências às salas no térreo para pessoas com deficiência. O direito ao voto é um dos aspectos mais básicos da vida em sociedade, porém só agora começou a haver investimento na questão das pessoas com deficiência.
 
Já avançamos bastante, mas ainda não chegamos lá 
São séculos de descriminação, então a jornada é longa, esse ritmo precisa ser potencializado por meio de ações sistêmicas e contínuas. Em cidades menores, por exemplo, é raro ver um local que possua qualquer tipo de acessibilidade, muitas vezes por motivos de pouco orçamento para infraestrutura, além da falta de informação por parte das próprias pessoas com deficiência. Pontos turísticos e estabelecimentos privados possuem a obrigação e tem que ser construídos respeitando as normas de acessibilidade, tornando todos os espaços públicos inclusivos.

O Instituto Guerreiros da Inclusão participou do evento da Onu Habitat 2022 e se aprofundou ainda mais no assunto no youtube, é só clicar no link para assistir!