Essa sexta, dia 13 de maio, foi aniversário da abolição da escravidão, ocorrida em 1888, e também uma data considerada como Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. Por anos, a data foi considerada comemorativa, entretanto, a realidade enfrentada por negros e negras, após a sua liberdade, foi oposta a uma comemoração. A abolição da escravatura tentou invisibilizar o grande dano que a escravidão representou e também buscou branquear a população brasileira por meio da imigração de pessoas trabalhadoras vindas da Europa.
A maior prova de que a abolição é um fato incompleto – e das mazelas pela quais passam a população negra – é o que a pandemia da Covid-19 tem evidenciado: agravamento das desigualdades econômicas e sociais, deixando claro o abismo entre pessoas negras e brancas. Tudo isso vem sendo piorado, nesses últimos anos, com o agravamento da crise econômica e política, além da precarização das relações de trabalho.
O que estamos assistindo hoje é o resultado dessa triste construção histórica. E, é lamentável perceber que no contexto da pandemia, quem mais sofreu as consequências foi a população negra e periférica.
É importante não esquecer que foram mais de 300 anos de escravização das pessoas negras africanas, contra apenas 133 anos de uma falsa libertação. Esta data deve ser lembrada como mais um dia de reflexão, e não como uma data comemorativa. A escravidão trouxe consigo as mazelas do racismo, que reflete até hoje nas taxas de desemprego, na vulnerabilidade, nos altos índices de morte, no flagelo e na violência que negros e negras continuam enfrentando.
Racismo é crime. Denuncie! Disque 100.