O Dia Internacional da Mulher não é uma data comercial ou comemorativa. É um dia de reflexões, memórias, homenagens e redefinição de objetivos para todas aquelas pessoas que lutam e lutaram para que as futuras gerações consigam viver plenamente, livres das amarras de um mundo de patriarcado ou machismo.
Oficializada pela ONU em 1975, a data é associada ao incêndio ocorrido em Nova York no dia 25 de março de 1911, quando 146 operários morreram, sendo 125 mulheres, o que trouxe à tona as péssimas condições enfrentadas pelas mulheres na Revolução Industrial.
Apesar desse fato, é importante ressaltar que não foi essa tragédia que influenciou diretamente a criação da data, e sim décadas de engajamento político das mulheres para reconhecimento de seus direitos.
Em 1910, na cidade de Copenhague, ocorreu o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, que foi apoiado pela Internacional Comunista. Nesse evento, Clara Zetkin, membro do Partido Comunista Alemão, propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, sem, entretanto, estipular uma data específica.
O ano de 1917, na Rússia, foi fortemente marcado pelo ciclo revolucionário que derrubou a monarquia czarista. Nesse clima de agitação revolucionária, as mulheres trabalhadoras do setor de tecelagem entraram em greve, no dia 8 de março, e reivindicaram a ajuda dos operários do setor de metalurgia. Essa data entrou para a história como um grande feito de mulheres operárias e também como prenúncio da Revolução Bolchevique.
Após a Segunda Guerra Mundial, o dia 8 de março tornou-se aos poucos a data principal de homenagens às mulheres (em virtude da greve das russas).
No Brasil, somente em 1932, no governo de Getúlio Vargas que as mulheres tiveram respeito seu direito político ao voto. E em 2006, foi sancionada a lei popularmente conhecida por Lei Maria da Penha, que é considerada um marco na luta contra a violência doméstica.
O Dia Internacional das Mulheres é um dia para reflexão a respeito de toda a desigualdade e a violência que as mulheres sofrem no Brasil e no mundo. É um momento para enfrentar o silenciamento existente e que normaliza a desigualdade e as iniquidades sofridas pelas mulheres, além de ser um momento para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.
Fonte: Brasil Escola